É um lugar de Arte, conhecimento, ancestralidade, amor, compreensão, aceitação, união, positividade, bom humor, inclusão e fé, muita fé.
Lugar onde Marias dançam com seus lenços, leques e saias coloridas.
Lugar onde Princesas cantam sobre Encantaria e Salamandras se fazem presente.
TELUA tem cor. TELUA tem alma.
Tem uma aura multi colorida, com tons de laranja florescente e dourado.
TELUA é couro: pele e tambor.
Pele dos corpos que comungam das sagradas medicinas, pele dos tambores ancestrais.
TELUA é uma voz que canta um canto que vem do coração. É melodia atemporal. É o som vibrando em fractais, é o eco dos ancestrais.
O Telua é a realização de um sonho. Sabe aquele sonho de criança, de ter uma bandinha, com bateria e tudo que se tem direito? Cantando pra uma plateia imaginária? Com umas latas de tintas, uns pratos velhos? Eu fui essa criança!
Eu era o baterista, tinha várias latas, cada uma com uma acústica diferente, que na época pra mim eram “sons diferentes” e meus amiguinhos eram os vocalistas. Embora eu também me atrevesse a puxar os refrãos.
Fui a criança que cresceu numa cidade pequena, 9 mil habitantes, onde tinham comemorações anuais, com uma semana de festas de Santo Antônio, Padroeiro da cidade, São Sebastião e São Vicente, com comidas típicas, barraquinhas, hasteamento do mastro, fogos de artifícios, bandas musicais...
Fui a criança que viu a irmã ganhar o 1º lugar no Show de Calouros da cidade e ganhar uma bicicleta, e dizer pra mim mesmo que era aquilo que queria pra minha vida, Cantar.
Fui a criança que ia pra roça, comemorar o dia de São João, Dia do meu nascimento inclusive, que sempre tinha uma fogueira de metros de altura com muito quentão e canjica. E todos os anos ficava ansioso pros ensaios de quadrilha na escola e dançava muito.
Fui a Criança que via a banda de orquestra musical, que tocava em todas as festas, que cresceu vendo as rodas de capoeira e ficava maravilhado com aquelas pessoas, dançando, gingando, todos de branco, ouvindo aquele tambor, aquele Berimbau
Fui a Criança que se encantava com as Folias de Reis, A Folia do Divino, A folia de São Sebastião e a Folia das Almas.
Fui a Criança que via a Caboclada e queria entrar mas não sabia se podia...
Fui a Criança encantada com os Foliões na Folia de Reis, com as Marujadas, os Congados, os “Reisados” ...
Fui a Criança que saia sozinho de casa e subia rio acima pescando, parava em algum poço e tomava banho de rio, pulava dos barrancos pra dar uma “di ponta” rio, que brincava de birosca, de “Bets”, que subiu nos pés de laranja, nos pés de manga, saia pelos pastos atrás de jabuticabas no pé...
Ainda sou essa Criança, com uma Gratidão imensa ao universo, por ter me proporcionado tudo isso.
Grato a vida por me tonar um “Homem que conta Histórias.”
Histórias essas que com certeza, eu ei de reviver e recontar aqui...